O (meu) papel de mãe
Quando penso no (meu) papel de mãe, penso em ser a que orienta, acolhe, respeita, apoia e educa.
A que está na retaguarda, permitindo que a minha filha escolha ser quem é, exerça a máxima autonomia de si, inclusive tendo o DIREITO de errar e de, mesmo assim, lembrar que é amada e tem pra quem voltar, mesmo que saiba que vai ter que ouvir uma ladainha.
Penso que quero ser a mãe que quando a minha filha erre, ela pense: “Fiz merda. Preciso ligar pra minha mãe” e nunca a mãe que ela pense: “Fiz merda. Ao invés de resolver, preciso pensar em um jeito de esconder da minha mãe”.
Eu tive isso do meu pai e foi fundamental para eu perceber como fez toda a diferença.
Enquanto meu pai sempre foi capaz de através de uma simples conversa me fazer repensar atitudes e refazer ações erradas, minha mãe com seus gritos, humilhações, surras e atitudes inflexíveis, sempre me afastou dela e me fez sentir que dela eu jamais teria nada, senão incompreensão e julgamento.
Assim, eu não queria ser para a minha filha, o retrato da mãe que eu tive, mas o meu pai melhorado.
Cometi muitos erros dos quais me arrependo ao longo da minha maternidade, especialmente na infância da Gi, quando eu ainda não tinha acesso a tantas informações e também não tinha amparo psicológico adequado pra a situação (viuvez trágica) que passei.
Mas o importante é que eu nunca abandonei meu objetivo e pude (e todos os dias posso) continuar evoluindo a minha maternidade, a fim de ser a melhor mãe que eu puder ser.
E de uma coisa me orgulho: a violência nunca foi meio educativo pra mim. E jamais será! E a quem ainda defende que seja, sinto muito pelos seus filhos, por terem que conviver com pais que ensinam que violência é aceitável de pessoas que dizem nos amar, sendo que violência nunca é aceitável.
Então o (meu) papel materno é deixar que a minha filha escolha o próprio caminho, baseada em todo o respeito que eu a ensinei respeitando-a, sem precisar exigir jamais.
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